“A felicidade é o cheio de
um copo de se beber meio-por-meio.”
Noites do sertão são dois enredos onde
temos a predominância da sexualidade durante o enredo.
Em Dão-lalalão conhecemos Soropita, um
ex-matador famoso que deseja se livrar desse nome e decide se tornar fazendeiro
e para complementar sua "nova fama" decide se casar, porém a
companheira escolhida é Doralda, uma mulher "da vida", que
possui um passado obscuro e cheio de histórias. E quando parece que o casal
feliz está com a vida perfeita e nos trilhos, um velho amigo de Soropita -
Dalberto - precisa de um abrigo, pois estava passando pelas redondezas e seria mal-educado
não convida-lo como hospede, porém devido a uma pulga atrás da orelha de seu
amigo já ter conhecido sua esposa, Soropita teme que o passado dela volte à
tona e acabe com sua reputação somando a seu ciúme, teremos um jogo de
intrigas, ciúmes, amizades abaladas, e até tentativa de assassinato.
“Tudo o que muda a vida vem
quieto no escuro, sem preparos de avisar. ”
Na segunda história de Buriti, temos a presença de Miguel, um
personagem de histórias anteriores que retorna já adulto a fazenda do
Buriti-Bom, agora um médico, relembrando todos os passos que teve naquele
lugar. Preenchendo essa composição temos
Iô Lidoro – um rico fazendeiro que adora uma “ farra”, dona Lalinha - sua nora, Maria da
Glória e Maria Behú - filhas de Lidoro, e por fim Chefe Zequiel – um homem que
tem certo medo de dormir à noite. E
nessa fazenda teremos o envolvimento de várias pessoas, com um cenário de voltado
a sensualidade. Em suma, temos uma suruba nesse lugar!!
Podemos dizer que quando o sol se põe os “fantasmas” saem para fazer a
festa....
“Sempre a gente tem mais
fogo do que juízo. ”
Com uma escrita erótica, e com
inovação na linguagem, temos o trato da sensualidade acima dos preconceitos e
das regras da época. É uma obra bem detalhista, com personagens complexos,
mostrando o "eu" de cada personagem, com as descrições das paisagens
do sertão. A história demora a dar uma guinada, para iniciantes talvez achem a
leitura cansativa, porém para os amantes dos clássicos nacionais irão apreciar
essa obra escrita por Guimarães
Rosa.
“As palavras não se movem tanto quanto as pessoas.”
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