Em
minha infância quando assistia o mágico de OZ sempre pensei na pobre Dorothy e seu cãozinho quando são pegos pelo furacão e vão
parar na Terra de OZ. Temos em nossa lembrança, um mágico que ajuda o povo e
uma bruxa má que faz de tudo para atrapalhar nossa menina. Em Wicked, iremos
conhecer a real história da Bruxa má do Oeste, Elfaba, e como ela ganhou esse
título e veremos que esse mágico talvez não seja tão “bonzinho” assim.
A
narrativa conta a história desde a infância de Elfaba, uma menininha verde com
dentes pontudos que passou por todos os tipos de preconceito ao longo de sua
vida. Nela presenciamos uma família problemática, com uma mãe adultera, um pai
preso à religiosidade e em meio a esse caos temos uma garota que é negligenciada
por sua própria mãe, tentando “sobreviver” a essa situação, engolindo sapos e
enfrentando desde jovem a dureza da vida.
Ao
conhecer seu mundo, os amigos que ela vai conquistando na faculdade, e sua
ligação com Glinda (rainha boa do norte), vamos descobrindo como duas mulheres
que eram melhores amigas, tomaram rumos totalmente diferentes.
Durante
toda a trajetória (infância, adolescência, rebeldia, busca pelos seus ideais,
redenção, e sua caça a Dorothy) iremos ver como os temas abordados no livro
(política, preconceito, manipulação, religião, desafios frente a mudanças de
uma nação) irão transformar uma pessoa incompreendida em meio a essa sociedade
caótica. Com críticas lançadas durante a narrativa, temos uma escrita mais
adulta e reflexiva, algo totalmente oposto do nosso clássico conto da menina do
sapatinho vermelho.
O
começo do livro é meio arrastado devido às descrições da vida de Elafaba, porém
conforme vamos avançando na leitura não conseguimos mais desgrudar das páginas,
vamos conhecendo sua trajetória, sua personalidade forte que não fica calada e
vai à luta pelos seus ideais, somando uma gama de personagens como Glinda, Boq,
Fiyero e Nessarose – a irmã mais nova da nossa personagem principal – que vai
transformando esse emaranhado de informações, construindo uma obra maravilhosa
escrita por Gregory Maguire, onde começamos a ver o outro lado da moeda e entendendo
um pouco o lado de uma das vilãs mais conhecidas de nossa infância.
Achei
a obra maravilhosa, com uma escrita rica, Maguire constrói um enredo sem afetar
a trama original, nos mostrando que nem tudo é o que parecer ser, temos que
cavar e descobrir o que ou quem levou a pessoa a ser como é, vemos que o bom
pode não ser tão perfeito, presenciamos um governo roubado, leis que afetam um
grupo da população, fazendo com uns vivam com medo e outros entrem nessa dança
desgovernada e cheia de confusões.
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