Por: Ingrid Moreira
"No fundo, Auschwitz era assim e, enquanto o mundo rodasse ao contrário, as histórias de sobrevivência continuariam a ser escritas com sangue e lágrimas."
Com uma narrativa dessas, a Leya soube me
pegar de jeito!
O enredo é centrado em duas mulheres fortes que
guardam segredos dolorosos de seu passado. A
primeira é Kimberly Parker, é uma professora de literatura que
acaba de conseguir uma vaga muito concorrida na St. Oswald’s, Inglaterra, para
trabalhar. Já a segunda, é uma mulher misteriosa, que não se deixa vencer pelos
preconceitos e barreiras impostas pela sociedade atuando como diretora desse
famoso e elitista colégio tradicional, a judia Sarah Gross.
Durante a leitura vamos nos envolvendo com a
história dessas duas mulheres, e enquanto a jovem professora está se adaptando
a nova vida no colégio - e vê nisso uma fuga para superar seus fantasmas - ela
não esperava que uma tragédia abalasse as estruturas desse lugar, e quando um
passado bate à porta, iremos mergulhar junto com Kimberly numa história brutal
da qual muitos se esqueceram...
Durante a narrativa viajamos no tempo e andamos
lado a lado com a pequena Sarah e sua família. Somos apresentados a sua
trajetória enquanto ela presencia sua querida cidade, que costumam chamar de
Oshpitzin, se transformar em Auschwitz - um dos maiores campos de
concentração na Polônia. Vemos pelo o que o povo Judeu passou nas mãos dos
nazistas e as mudanças que causaram na vida de uma nação.
"A
primeira palavra vai para os vários sobreviventes de Auschwitz que, ao longo de
tantas horas, me explicaram como enganaram a morte. Dois deles, Sofia Lyz e
Kazimierz SmoleD, já não estão entre nós, o que nos alerta para uma realidade
intransponível: dentro em pouco já não será possível ouvir falar de Auschwitz
na primeira pessoa."
Como não me apaixonar por relatos históricos?
Esse livro é daqueles que te fazem refletir como um
ser humano consegue manter sua sanidade mesmo depois de tantas atrocidades que
vivenciou, provando assim ser um verdadeiro sobrevivente. Vemos o holocausto,
um dos piores momentos que o mundo pode recordar e choramos ao ler cenas tão
marcantes, que nos fazem mergulhar de cabeça no livro.
Lidamos com a perda, preconceito, guerra, superação,
e muitos outros sentimentos e sensações que o autor nos presenteia. Sua escrita
é tão envolvente e tão bem amarrada que parece que estamos ao lado dele nesse
cenário nos contando cada momento.
Com uma revelação impactante, você acaba tendo que
voltar algumas páginas para ver se é realmente aquilo mesmo que você leu. Sem
dúvidas essa obra entrou para o meu arquivo literário e é claro que João Pinto Coelho conseguiu deixar
sua marca na literatura!
“Ergue
os olhos e contempla o céu: é um cemitério, um cemitério invisível, o maior da
história." - Elie Wiesel, The Holocaust, Voices of Scholars.
Nenhum comentário:
Postar um comentário