"Eu sentia e sinto ainda que não nasci pra coisa
pequena. Quero ser gente. Quero falar com os grandes de igual para igual. Quero
ter riqueza! A minha casa, o meu gado, as minhas terras largas. A minha cabroeira
me garantindo. Viver em estrada aberta e não escondida pelos matos em cabana
disfarçada como índio ou quilombola."
A pouco tempo falamos sobre "O Quinze", e hoje
venho apresentar mais uma obra da escritora Raquel de Queiroz, autora que
conheci assistindo uma de suas entrevistas dadas a TV onde me apaixonei pelas
suas palavras.
Memorial de Maria Moura é uma belíssima obra que inclusive
foi adaptada a uma minissérie de TV, onde a personagem principal foi interpretada
pela atriz Glória Pires.
Toda narrativa é escrita em primeira pessoa, trazendo até mesmo o diferencial as demais obras da escritora, a trama situa-se em meados de 1850, e como sempre, traz consigo diversas criticas sociais da época e personagens femininas fortes e singulares. O sertão também faz parte desse cenário já que a obra se passa no Ceará.
Dentro de uma sociedade onde a mulher deveria viver para a família,
terra e honra encontramos Maria Moura, que com 17 anos perde sua mãe e sofre
abusos de seu padrasto que provavelmente é o próprio assassino de sua mãe, e
para piorar a vida da jovem tem suas terras ameaçadas pelos primos que estão de
olho. Maria Moura enfrenta uma jornada até a Serra dos Padres para repelir a
invasão do seu sítio pelos seus primos Tonho, Irineu e Firma.
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