“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói da nossa gente….”
Nosso Clássico de quinta irá falar de uma obra que gosto muito, Macunaíma
é o segundo livro de Mário de Andrade que não foi apenas autor, mas um
dos pioneiros da poesia moderna com seu livro Paulicéia.
Você conhece todas as características de um herói, né? Alto, bonito,
gentil, forte, com bom caráter, responsável…. então nosso personagem principal
é totalmente oposto disso, até temos dúvidas se ele realmente se encaixaria
como um herói nos padrões que conhecemos…
Mas é justamente o que Mário propôs nesse livro, algo fora dos padrões,
onde a realidade se mistura ao folclore e a cultura nacional, temos uma critica
as regras da época amostrando um personagem preguiçoso, feio, e um completo
galinha, que vive em busca do prazer!
A história inicialmente se passa às margens de um rio imaginário chamado
Uraricoera. Lá Macunaíma vive com sua mãe e irmãos, mas após sua mãe morrer
eles decidem sair e conhecer o mundo. E no caminho nosso protagonista acaba
conhecendo uma mulher e a tornando sua esposa, mas devido alguns infortúnios
ela também acaba morrendo, porém não sem antes entregar a ele uma pedra
especial chamada muiraquitã, mas ele não poderia imaginar que o gigante
Venceslau Pietro Pietra tomasse o amuleto e fugisse para São Paulo.
Agora Macunaíma e seus irmão terão que bancar heróis para resgatar a
pedra, mas antes veremos todas as aventuras que eles terão pela frente. Aqui
vemos a passagem do interior para a urbanização e como a realidade pode mudar
nesses dois ambientes.
Um herói totalmente malandro, o famoso "camaleão", que
com sua lábia consegue se adaptar em cada canto para se aproveitar dos
outros e fazer apenas a própria vontade. Dono de uma personalidade duvidosa,
opiniões sempre contraditórias, ele é um excelente personagem para
estudarmos o modernismo, que tinha como objetivo chocar a elite. Um enredo
alucinante e fora do comum faz dessa obra indispensável para qualquer leitor
que busca mais da literatura nacional.
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