"As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me
tentam e me modificam, e se não tomo cuidado será tarde demais: as coisas serão
ditas sem eu ter dito."
Clarice
Lispector entendia muito bem a complexidade das palavras, e como elas podem
expressar o que somos e sentimos, é muito fácil encontrar autores que definam o
perfil superficial de um personagem, em alguns casos tentando nos mostrar
inclusive seus medos e anseios, mas mergulhar na alma do personagem? Poucos
demonstram a maestria dela nesse assunto.
Tive esse
pensamento logo no início, com o primeiro conto "Desastres de Sofia" que
mostra em um tom nostálgico alguém que lembra de sua infância e fala de um
professor que mesmo um pouco assustador a conquistava e desafiava, a fazendo
ficar inquieta e tentada a provoca-lo, porém também triste com sua partida
dessa vida.
Já em "A
repartição dos pães" me imaginando uma família que antes sofrerá um
"holocausto" e hoje, vivia seu "sábado" de mesas fartas e
abundantes, trazendo a seus personagens lembranças, timidez e até uma certa
dose de medo.
Vale a Pena
aproveitar cada detalhes dessa obra onde Clarice consegue explorar todo tipo de linguagem, conhecimento e percepção, infiltrando seu tom poético a complexidade
da mente humana.
Boa leitura!
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