“Só
consigo a simplicidade com muito trabalho” – Clarice Lispector
Quis
começar com essa frase da Clarice Lispector, por achar que
ela represente a personalidade de Jô Soares como autor, pois ele tem essa rara capacidade
de criar uma obra perfeita com toda delicadeza, elegância, mas sem deixar de lado a simplicidade.
Admiro
muito todo o estudo histórico que ele se dispôs a fazer, para
formar um cenário fictício com todos os detalhes daquela época e todo o movimento
histórico. Inclusive, incluindo as reportagens que saíam nas colunas de jornal.
Sherlock
Holmes no Brasil? É uma pena não ser verdade! Com todos os
crimes e problemas atuais, necessitamos de um profissional inteligente e
competente como ele. Porém, o roubo de um violino
e alguns assassinatos são os responsáveis por trazerem para o
Brasil o maior investigador da história literária. Sherlock Holmes e seu
companheiro, Dr. Watson, foram convidados
ao nosso país pelo imperador D. Pedro II
para que, ao lado de Melo
Pimenta, resolvessem todo o caos causado por
um serial killer que corta as
orelhas e deixa um fio de violino nos pêlos pubianos das suas vítimas, como assinatura de seus crimes.
Além
do trabalho histórico admirável, temos toda a leveza da
escrita do Jô contrastada no texto com as fortes sequencias das mortes de cada vítima, entremeadas pelas piadas dos personagens, quase que para nos distrair no momento seguinte. Além de toda elegância pela qual eu, particularmente, me apaixonei.
Então, fica a dica de leitura a todos, eu acredito
que assim como eu, todos irão amar a obra do Jô.
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