"Estou praticando ser gentil em vez de ter razão"
Sempre
que lemos um livro, esperamos alguma coisa dele; que talvez nos divirta, nos
distraia dos problemas da vida ou nos ensine alguma coisa com aquela história
que o autor se dispôs a escrever e compartilhar com outras pessoas. Muito do
que eu esperava com esse livro não foi alcançado, outras coisas, por outro lado,
foram simplesmente ultrapassadas.
Pat
era um professor, estudioso e marido apaixonado. Porém, por motivos que
atualmente ele não se lembra quais são, foi internado em um hospital psiquiátrico,
privado da sua vida e da presença da sua amada Nikki. A única coisa que ele
sabe é que antes, ele era “normal”.
A
memória de Pat sobre quase tudo que levou ele a ser internado não existe, é
como se uma parte do livro da vida dele tivesse sido apagada e os poucos lampejos
de memória que ele ainda têm, são pequenos textos em páginas aleatórias. Tudo o
que ele mais deseja é voltar para vida que ele tinha com sua esposa.
A
história começa quando a mãe de Pat vai buscá-lo no hospital, para que ele
continue o tratamento perto de sua família. Quando chegam em casa, todos estão
esperando ansiosos, muito tensos com as reações que ele poderia ter, mas percebem
que ele está relativamente bem. Pat que não entende por que tantas coisas
mudaram na sua vida, só quer saber onde está sua Nikki, porque eles não podem
ficar juntos e porquê toda a família dele evita tocar no assunto.
É
em um desses reencontros, um jantar na casa dos seus amigos, que Pat conhece
Tiffany, a mulher que mesmo sem ele saber, vai mudar tudo.
"O mundo encontrará várias e várias maneiras de te
machucar, mas você vai encontrar uma pessoa que te traga tanta felicidade e que
te ame tanto que as feridas do mundo não vão mais te atingir, porque ela te
protege, ela te ama, e acima de tudo você ama ela."
Eu, sinceramente, me apaixonei pelo livro
quando comecei minha leitura. Acreditava que por ser narrada por Pat, um cara
com problemas e poucas memórias, ele seria um livro complicado e difícil de
acompanhar, mas tudo o que eu fiz foi me divertir e aprender com ele ao mesmo
tempo. A escrita de Matthew Quick é tranquila, às vezes conturbada, mas fácil
de acompanhar e muito empolgante nos momentos certos.
O lado bom da vida é um daqueles livros que
fala de muitas coisas sem que a gente perceba diretamente, como liberdade e
controle sobre nossa própria vida, recomeços e o fato de que nem sempre nossa
história vai tomar os rumos que a gente quer. Esses são pontos importantes na
história e fazem a gente pensar e querer fazer algo por nós mesmos,
incentivados pelos personagens.
Ele é um livro especial, sim. Tocante,
também, e um livro daqueles que a gente sempre quer voltar a ler mais uma vez.
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