"Lampião
foi no inferno e depois no céu chegou. São Pedro estava na porta e Lampião
então falou: – Meu velho não tenha medo, me diga quem é São Pedro. E logo o
rifle puxou!”
(A
chegada de Lampião no céu – Rodolfo Coelho Cavalcante)
É difícil definir exatamente onde começou esse gênero
tão bom e encantador, porém no clássico
dessa quinta o cordel terá seu lugar.
Herança de Portugal, o cordel teve força no Nordeste,
trazendo sua poesia e rima de forma melódica com toda a essência do povo
sertanejo.
Teve início na Europa e chegou no Brasil no século XVIII,
tendo recebido esse nome porque os folhetos eram expostos à venda em cordas e
barbantes. Não se sabe exatamente quem trouxe ou iniciou aqui essa arte que se
tornou tão importante para a nossa cultura regional.
“Meu
nome é Nordeste
Tenho
seca tenho fome
tenho
pressa companheiro
se o
desprezo me consome
eu sou
forte e verdadeiro
você
vem mas logo some
sabe
bem que eu tenho nome
sou
Nordeste Brasileiro.”
(Guibson
Medeiros)
Desde Portugal, o cordel foi usado pelos poetas para
declamarem suas opiniões e dentro da nossa cultura, faz críticas sociais sobre
a fome, a pobreza, a política, a fé e tudo que envolva o cotidiano nordestino
com rimas irônicas, apaixonadas e diretas.
“O
Nordeste brasileiro
Pela
seca, castigado
Não se
dobra às intempéries
Nem se
sente injustiçado
Ao
contrário, mantém viva
A
riqueza que cultiva
Nos
anais de cada estado”
(Cultura
Nordestina – Patativa do Assaré)
Logicamente, nem só de críticas sociais vive o poeta
de cordel: o amor também envolve esses
autores, declamando com suas rimas a respeito desse sentimento tão essencial a
nós.
“O amor
nos enche de glória,
Os
prazeres que oferece,
A
ternura é mais uma vitória,
Que o
coração agradece.
O amor sempre
nos faz sorrir,
Enche a
alma de esperança,
As
vezes nos faz chorar,
De
saudade, de lembrança.
O amor
faz desejar você,
E,
enquanto vida eu tiver,
Amando-a
vou permanecer,
Sempre
que você quiser.
O amor
é um lindo sentimento,
Nascido
dentro do coração,
A toda
hora e todo momento,
Aparece
uma linda paixão.”
(
Cordel do amor – Jackson Duarte)
Conheçam mais sobre a poesia de cordel e se apaixonem
como eu me apaixonei.
Fica a dica e boa leitura!
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