“Vou logo explicando o que quer dizer
“Vida íntima”. É assim, vida íntima quer dizer que a gente não deve contar a
todos o que se passa na casa da gente. São coisas que não se dizem a qualquer
pessoa. Pois vou contar a vida íntima de Laura. Agora adivinhe quem é Laura.
Dou-lhe um beijo na testa se você adivinhar. E duvido que você acerte! Dê três
palpites.”
Quando peguei nesse clássico infantil, a primeira
coisa que pensei foi: Sim, Clarice realmente gosta de galinhas!!! Já
havia lido o conto “uma galinha”, porém esse livro é diferente e achei muito
melhor que o conto.
Nesse livro Clarice Lispector traz um narrador
cheio de questionamentos e filosofias, com um toque maravilhoso de ironia e
repleto de humor, trazendo a todo
momento perguntas que nos fazem pensar, de modo que, leva o leitor “a sentar”
com o narrador e “bater um papo” com ele, nos fazendo gostar de conhecer as
intimidades de Laura (a galinha).
A história conta o cotidiano de Laura, uma galinha
descrita como burra do pescoço feio, mas que, como ela mesma diz “o que vale é
ser bonita por dentro”, que vive no quintal de D. Luisa e é casada com o galo Luís,
um dois mais bonitos naquele galinheiro.
O simbolismo usado pela figura de um animal tão simples,
nos remete todo um fundo de um cotidiano humano, trazendo a tona defeitos e
qualidades que muitos deixam de observar, porém que afetam a vida de todos.
Clarice aborda de forma suave temas como: ciúme, inveja, vaidade, amizade, preconceito,
amor próprio, de modo que, faz a criança se sentir confortável ao ler fatos
complexos para sua idade.
Uma obra que remete que ser você, mesmo não tendo
atributos físicos ou intelectuais de acordo com a sociedade, pode te levar a
ser alguém muito importante e com grandes talentos.
Por mais que seja um livro infantil, vejo “A vida
intima de Laura” como uma leitura ideal a todas as idades.
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