“Todas
as escolhas que fiz desde que minha vida entrou em conbustão espontânea foram
questinadas. Nunca faltou gente para julgar o modo que escolhi para lidar com
as coisas.
Pessoas
que nunca passaram por merda nenhuma sempre acham que sabem como você deve
reagir ao fato de sua vida ter sido destruída. E aquelas que passaram por
situações complicadas acreditam que você deveria lidar com as dificuldades do
mesmo jeito que elas. Como se existisse um roteiro preestabeleciso para
sobreviver ao inferno. ”
Eu acredito fortemente que pelo menos uma dentre todas
as pessoas no mundo, já se questionou o quão forte pode ser diante das
dificuldades da vida. Algumas vezes passamos por coisas que, pra nós, pode
facilmente nos destruir mas no final, sempre passam, uma hora ou outra sempre
viram parte do nosso passado, a questão é: Você é forte o suficiente para
perdoar?
Mar de
tranquilidade é um livro que como outros me desafiou bastante,
porém, ele teve a particularidade de me desafiar por mim mesma, por eu ser uma
pessoa extremamente emocional. E ele é um livro emocional. Gosto disso, de
livros que mexam comigo e esse – apesar de ter parado a leitura muitas vezes –
se tornou um dos meus favoritos.
Nastya Kashnikov é uma garota perturbada por um
acontecimento que mudou tudo na sua vida e de sua família. Dois anos após o
incidente, ela se muda para a casa de sua tia Margot, irmã mais nova de sua
mãe, para tentar recomeçar e manter seu passado escondido.
Josh Bennett, é um garoto que perdeu todas as pessoas
que mais amava na vida para a morte.
Com uma estrutura intercalada temos, de fato, dois
protagonistas. O que faz com que a gente entenda toda angústia e a dor de uma
pessoa destruída por dentro. Durante toda a narrativa o mistério que envolve a
vida de Nastya é o que leva o leitor a continuar, a personalidade da
protagonista, seus hábitos autodestrutivos e o fato de querer se manter longe
das pessoas, desperta na gente a vontade de descobrir o que poderia ter
acontecido pra transformar uma adolescente em uma pessoa tão amarga e cheia de
ódio.
De cara, tenho que admitir, eu imaginei que esse
poderia ser apenas um livro juvenil como muitos outros, mas não. Longe disso.
Katja Millay construiu toda a história e os personagens com cuidado, muitos detalhes e tanta informação que em certo momento eu sentia que conhecia eles
a vida inteira, passei boa parte do tempo tentando descobrir comigo mesma qual
era o segredo da protagonista e onde a relação desses dois iria leva-los e por
fim, descobrir que apesar de todos os sentimentos ruins vividos pelos dois,
eles conseguem encontrar esperança para mudar as suas vidas.
Recomeço, é a palavra que eu daria para esse livro,
pois ele se trata disso. Também de muitos assuntos pesados e realmente difíceis
de se falar, mas principalmente se trata de encontrarmos o nosso arco-iris após
a tempestade.
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