O
clássico dessa semana é meu amor antigo, um dos livros mais complexos e
sensíveis que eu já li. Escrito por Emily Bronte, o clássico de hoje é um ícone
da literatura inglesa e seu único romance: estou falando de O Morro dos Ventos
Uivantes.
"Mesmo que ele a
amasse com todas as forças do seu mesquinho corpo, nem em oitenta anos a amaria
tanto quanto eu a amo em um dia. E Catherine tem o coração tão profundo quanto
o meu; seria mais fácil o mar caber todo nessa vasilha do que todo amor dela
ser monopolizado por ele."
Conheci
esse livro através de Crepúsculo. Sim, não me julguem! Eu o conheci por ser o
favorito de Bella, e por conta disso o procurei para ler. E, adivinhem? Ganhou
vaga na estante e no meu coração, né?
Mas
voltando ao foco principal...
O
Morro dos Ventos Uivantes conta a história de amor impossível de Heathcliffe e Catherine. Não
expliquei nada, né? Chega mais que eu explico.
Tudo começou quando Heathcliff era
uma criança de rua que foi adotada pelo Sr. Earnshaw, o dono da propriedade Morro dos Ventos
Uivantes. O senhor da propriedade já possuía dois filhos: Hindley e Catherine.
Até aí legal, né? Mais gente para brincar, yaaay. Não é bem assim, galera, já
que Earnshaw era meio babaca e fazia diferença entre Hindley e Heathcliff ao
demonstrar certo favoritismo para com o menino adotado, gerando assim uma
rivalidade entre os dois rapazes. Além disso, havia a fofa da Catherine que era
a única que gostava de Heathcliff além de seu pai.
Anos
se passam e o Sr. Earnshaw morre, deixando a propriedade para Hindley, que
assim que assume o poder direciona toda sua ira antiga em Heathcliff, o
isolando e o tornando apenas mais um dos empregados da casa, tentando assim
acabar com a amizade e o carinho de Catherine por Heathcliff, o que não
consegue. Bem, até uma certa família rica chegar para morar na fazenda ao lado.
Pegaram o B.O, né?
Um
dos filhos dos Lintons, Edgar, começa a se aproximar de Catherine e a
demonstrar interesse nela, o que gera o afastamento de Heathcliff. Após um pedido
de casamento e por saber que as diferenças sociais entre ela e Heathcliff são
intransponíveis – ele era apenas um empregado e ela, uma moça de posses - para
a sociedade local, Catherine fica noiva de Edgar.
E
é aí que a treta começa, BRASEEEEL. Sem suportar a perda da mulher que ama,
Heathcliff vai embora da propriedade, mas o que ninguém esperava é que um dia
ele voltaria cheio de vontade de mostrar que pode também ser incrível, um digno
cavalheiro.
Ao se deparar com Heathcliff, nossa garota começa a ficar dividida entre seu presente – marido – e seu passado – Heathcliff. E é nesse caos de emoções entre um jovem marcado pelo preconceito e uma mulher que sonha em ser plenamente feliz com os dois homens que ama, da forma que conseguir, a trama segue.
Ao se deparar com Heathcliff, nossa garota começa a ficar dividida entre seu presente – marido – e seu passado – Heathcliff. E é nesse caos de emoções entre um jovem marcado pelo preconceito e uma mulher que sonha em ser plenamente feliz com os dois homens que ama, da forma que conseguir, a trama segue.
O que eu acho incrível nesse livro é que ele não trata
só de amor, ao contrário, ele tem seu foco principal na vingança de um homem
marginalizado e amaldiçoado por amar o que lhe é proibido. Amar Catherine foi a
perdição de Heathcliff, foi o que lhe fez ter sede de vingança e machucar a
todos os que o machucaram. Por outro lado, a única qualidade que redime a jovem
Catherine de seu egoísmo e desdém para com os outros aos nossos olhos durante a
leitura, foi o amor pelo rapaz adotado, pois esta é uma protagonista que torna
a tarefa de gostar dela bem difícil. Eles dois, por sua vez, amavam-se sem
limites e não se importavam com quem tivessem que ferir ou atacar no caminho,
incluindo a si próprios. As brigas, desentendimentos, palavras duras, ciúmes
deliberadamente provocados, vinganças mútuas e tantas outras coisas que não
combinam com a ideia utópica de amor romântico, estão presentes nesta
narrativa. E é inegável e impossível de não enxergar que eles se amam
apaixonadamente, além desta vida e para fora do tempo até, se for necessário.
(...) Se tudo o mais
perecesse e ele ficasse, eu continuaria, mesmo assim, a existir; e, se tudo o
mais ficasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria pra mim uma
vastidão desconhecida e que eu não teria a sensação de pertencer. O meu amor
pelo Linton é como a folhagem dos bosques: irá se transformar com o tempo, sei
disso, como as árvores se transformam com o inverno. Mas meu o amor por
Heathcliff é como as pendias que nos sustentam: podem não ser um deleite para
os olhos, mas são imprescindíveis. Nelly, eu sou Heathcliff. Ele está sempre,
sempre no meu pensamento.”
Quem é que não se assusta com um amor tão
perturbador e, ao mesmo tempo, tão forte e atraente? Não é à toa que a jovem Bella Swan
gostava tanto da história e que me conquistou tão completamente também. Sempre
me tira da rotina de ler água com açúcar e romances fofos, e me joga num
furacão de emoções tão denso que me faz refletir. Acho que essa é a mágica de
um livro: te fazer pensar em tudo ao seu redor, pensar em si e vasculhar seu
próprio coração.
Eu, assim como a Bella do Crepúsculo, indico essa
leitura!
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