" Em outras palavras: romance é algo que deve ficar restrito à
Disney e aos filmes água com açúcar. Nem sei se existe mesmo."
O mundo inteiro sabe como sou louca pelas
princesas disney e pela Disney como um todo. Mas eu sempre tive duas histórias
favoritas: Cinderella e Bela e a Fera. E saber que uma dessas história
ganharia, de certa forma, uma “releitura” me deixou louca pra ler. Mas sem mais
delongas, sejam mais que bem-vindos a história de Olivia e Paul, no livro “Em
pedaços”.
Olivia tinha a vida perfeita! bem, pelo menos era
o que o mundo inteiro achava que ela tinha. Mas como todo mundo sabe, mas finge demência: "As aparências enganam" e como enganam! E com Olivia não
era diferente! Aos 22 anos ela era um garota infeliz e marcada com um passado
só seu, com cicatrizes que de certa foma ela mesma criou pra si, mas que nunca
conseguiu seguirem frente e deixa-las para trás. E é com esse objetivo que ela
embarca na aventura "filantrópica" – fuga – de se tornar cuidadora e
ajudar um veterano de guerra com limitações a voltar a viver. Ela só não
esperava que no meio do Maine ela mesmo se reencontraria..
Do outro lado temos Paul, um cara complicado,
marcado pela guerra de inúmeras formas, não apenas físicas, mas emocionais.
Antes da guerra, um jovem lindo e conquistador, orgulho da escola. Após a
guerra: um homem de 24 anos recluso, infeliz, que se considera mais morto que
vivo. Para a família apenas um jovem problemático e infeliz, mas de novo, como
o ditado diz "as aparências enganam". Com cicatrizes fundas que por
inúmeras noites sangram, a tal ponto que o fazem pensar em realmente não mais
viver. Mas Paul, mesmo rabugento e amargurado, guarda um segredo bonito, que
mostra que ele ainda possui um coração batendo.
Com uma escrita fluida e muito gostosa Lauren Layne
nos leva a conhecer dois jovens destroçados, quebrados de formas que eles não
julgam ser possíveis ser remontados. Olivia carrega a marca da culpa, por um
ato falho que custou a felicidade de muitos. Paul carrega a tristeza e a dor da
guerra em suas cicatrizes e suas marcas invisíveis.
Para muitos a dor da Olivia jamais poderia ser
mensurada como dor se comparada a de
Paul, mas sabe de uma coisa? Cada ser humano é único, é singular, uma falha de
caráter, um erro mal medido, pode causar uma culpa eterna. Se não houver um
auto perdão. A guerra? Deus! Ninguém pode imaginar aquilo que só soldados
viveram. A morte, a luta, o caos, a dor. Isso é possível medir? Não sei, mas
acho que não. Ninguém consegue medir a dor do outro, porque ela é única, é sua.
“Em pedaços” é um livro doce que por inúmeras
vezes te fará rir, chorar, gritar, querer socar uma parede ou um personagem,
mas que te fará aprender o valor do perdão. Mas como assim? De que adianta perdoar
o mundo e não se perdoar? O que adianta o mundo te achar bem, feliz e você
estar podre e morto por dentro? É isso que esse livro fala, que é possível se
recuperar, é possível arrancar a máscara. E sim, é possível ser feliz de novo.
Foi lindo ver e ler cada página, e acompanhar o
perdão diário que cada um se proporcionava mesmo com os altos e baixos, e com as
pirraças. Mas com amor, respeito e compreensão. Nesse livro eu não li só um
romance com drama, eu li amor, amizade e fragilidade. E amei muito ler isso.
Amei tanto que queria muitas páginas para aquele final, queria mais e mais
desses dois!
E se até agora você não descobriu qual conto clássico
esse livro foi inspirado, chega aqui que eu te conto: foi em A Bela e a Fera.
Onde não é só a beleza inferior que conta, mas sim o que você tem por dentro.
E se eu indico essa leitura? Nem precisa
perguntar! É MUITO SIIIM!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário