“O menino calou-se.
Estava pensativo, com os olhos lá longe. Depois disse:
— Uma idéia que eu tive.
Tia Nastácia é o povo. Tudo que o povo sabe e vai contando, de um para
outro, ela deve saber. Estou com o plano de espremer tia Nastácia para
tirar o leite do folclore que há nela."
Andando pelo centro do
RJ, fui a uma livraria e pude ver diversos livros de Monteiro Lobato e pensei:
“Como até agora nunca tive a curiosidade de ler algo dele”? Foi assim que tive
minha primeira experiência de leitura da obra deste grande autor brasileiro. Através
das histórias de uma personagem muito inteligente, mesmo sem estudos e
conhecimento científico, entramos em contato com a verdadeira escola de Tia
Nastácia, que são as histórias que o povo conta, o folclore, o cotidiano da
vida e etc.
A história surge,
basicamente, a partir da curiosidade infantil de Pedrinho, Emília e Narizinho em
saber quais histórias Tia Nastácia teria pra contar. Eu me apaixonei pela
maneira suave com que todos os contos foram escritos e descritos pela Tia
Nastácia, a conversa entre os personagens analisando cada conto, seu
significado e simbologia e, claro, as críticas sinceras de “crianças
sabidas", como diria Tia Nastácia, e o desejo de todos em ouvir e aprender
mais com ela.
"Emília torceu o
nariz.
— Essas histórias
folclóricas são bastante bobas — disse ela. — Por isso é que não sou
"democrática”! Acho o povo muito idiota...
— Pois eu gostei da
história — disse Pedrinho —, porque me dá a idéia da mentalidade do nosso
povo. A gente deve conhecer essas histórias como um estudo da mentalidade
do povo"
Com a leitura dessa obra,
ganhei em minha lista mais um autor pelo qual me apaixonei. Todo o trabalho de
Lobato na estrutura narrativa, os detalhes e a personalidade de cada
personagem, enfim, toda a sabedoria por trás dos detalhes mais simples, indicam
sua qualidade e grandeza.
Fica a dica e boa leitura!
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