“Euricão - Ai, meu Deus,
com essa carestia! Ai a crise, ai a carestia! tudo que se compra é pela hora da
morte!
Caroba - E o que é que o
senhor compra? Me diga mesmo, pelo amor de Deus! Só falta matar a gente de
fome!
Pinhão - O senhor pelo
menos leia a carta!
Euricão - Eu? Deus me
livre de ler essa maldita! Essa amaldiçoada! Ai a crise, ai a carestia! Santo
Antônio me proteja, meu Deus! Ai a crise, ai a carestia!”
A obra sobre a qual
iremos falar hoje, “O Santo e a Porca”, possibilita ao leitor fazer um paralelo
hilário com outra de suas histórias, o aclamado e conhecido “Auto da Compadecida”.
A diferença é que no “Auto” João Grilo conta uma mentira sobre um animal que
”descome" dinheiro e, nessa história de hoje, encontramos uma porca de
madeira que esconde o dinheiro!
Euricão Árabe, o dono da
porca em questão, recebe de Eudoro uma carta que diz "que iria lhe privar
de seu mais precioso tesouro" Caroba, uma espécie de João Grilo dessa história,
entende que o fazendeiro irá pedir Margarida, a filha de Euricão, em casamento,
mas o velho avarento pensa que é para pedir dinheiro.
Para piorar a situação,
Margarida namora escondido Dodó, o filho de Eudoro. Caroba, querendo arranjar
dinheiro para se casar com seu noivo Pinhão, tenta fazer Margarida se casar com
Dodó e Eudoro se casar com Benona, que ja teve uma chance de ter Eudoro no
passado, porém não teve sorte. Euricão,
por ser avarento, tenta esconder a porca enterrando-a no cemitério, e durante
essa tentativas, percebe que sua porca sumiu.
Sim! Amo a escrita de
Ariano Suassuna, pois ela não me transmite um humor forçado ou apelativo, algo
nos impulsionando a rir a qualquer preço. Este autor cria situações simples, tão
agradáveis e fantásticas de se ler, que conseguimos recriá-las inteiramente em
nossa mente e nos divertirmos horrores com ela.
Esse é um pequeno resumo
do que todos irão encontrar ao ler essa peça muito divertida e que vale a pena tê-la
na cabeceira da cama.
Fica a dica e boa
leitura!
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