“Ela
tinha uma síndrome, mas a síndrome não era aquilo que a definia. Ela era
Stella. Um indivíduo único”
Enfim, estamos chegando nos
últimos dias do ano e quando eu digo que na parte literária esse ano de 2018
foi maravilhoso pra mim, eu não tô brincando. Passei esses 365 dias conhecendo histórias
lindas e completamente novas pra mim, que sempre havia me mantido na zona de
conforto dos romances clichês. Li de tudo um pouco, mas no final voltei para o
meu tipo de livro favorito e não poderia ter encerrado esse ano de forma mais
incrível!
Helen
Hoang me surpreendeu lindamente com “Os Números do Amor”, e desde já eu preciso dizer que se vocês não
leram esse livro ainda, leiam!
A história que conhecemos é
a de Stella Lane e Michael Phan.
Ela, uma mulher extremamente
bem sucedida na vida profissional, trabalha com contabilidade e adora números, mas que por sofrer da Síndrome
de Asperger – um dos transtornos do espectro autista – tém dificuldade de
se relacionar com as outras pessoas “normais”. Stella não se sente confortável
e muito menos confiante com contato humano, mais explicitamente, a relação
sexual e amorosa. E depois de algumas experiências que não deram tão certo,
acaba acreditando que ela simplesmente não serve pra isso.
Ele, um acompanhante
profissional, cuja única regra que seguia rigorosamente em seu trabalho era
nunca sair duas vezes com a mesma cliente. Descendente de vietnamitas, além de ser terrivelmente lindo (todos fingindo que eu não tô apaixonada),
acredita que sabe tudo o que se pode saber sobre as relações entre homens e
mulheres. Sua função ali é simplesmente ensinar algumas coisas para essa nova mulher.
Parando por aqui, com
certeza todos pensariam que esse é mais um romance clichê pra
conta da Camila, certo? Mas, Helen Hoang trouxe pra essa história um toque realmente
delicado que tornou-a mais do que especial.
Stella não é uma mocinha
comum e não por sua condição, mas por ser uma pessoa forte que, apesar das piadas
dos colegas de trabalho e das pressões que a mãe faz para que ela arrume um
marido logo, resolve fazer as coisas da sua maneira, e de uma forma que faça
sentido, primeiramente, para ela mesma. Michael é um mocinho... adorável – e eu
amo poder usar essa palavra pra descrevê-lo. Diferente dos homens que vemos em romances
comuns, até a formação dele é “diferenciada”. Ele é extremamente ligado à família, inteligente, e eu já mencionei que tô muito apaixonada???
A autora acertou em cheio ao trazer um assunto como a Síndrome de Asperger, usando a descontração e a relação
sexual e romântica como ponto de partida. O livro tem cenas hot que fogem
completamente do que estamos acostumados, por conterem principalmente uma
delicadeza enorme, que em momento algum transformam a protagonista em “vítima de um transtorno” ou indefesa, muito pelo contrário. Nós aprendemos muito com Stella e com a
própria Helen, que sofre da mesma Síndrome que sua personagem e encontrou nela
mesma a inspiração para a história.
Esse é um romance doce,
contagiante e com certeza apaixonante também. Então, se vocês querem começar o
ano com uma leitura leve para acalmar a mente depois de toda a agitação das
festas de fim de ano, esse pode ser o seu primeito livro para 2019. Aproveitem!
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